Número total de visualizações de páginas

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Relatório - Visita ao museu Rainha D. Leonor

A turma B do 11º ano da Escola Secundária D. Manuel I deslocou-se no dia 27 de Outubro de 2010 entre as 10h e as 11h e 30m ao museu Rainha D. Leonor com o objectivo de realizar uma visita ao referido Museu, também conhecido como museu regional de Beja Regional de Beja.
A visita foi concretizada no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa e foi organizada pela professora Fátima Santos, com o propósito de nos apresentar algumas obras, na sua maioria barrocas, pois nesta disciplina são estudadas algumas obras literárias desse período histórico. Mais concretamente na análise do “Sermão de Santo António aos Peixes” do Padre António Vieira. Esta obra remete para o séc. XVII, consequentemente para o período Barroco da Época Clássica.
A visita foi guiada por Leonel Borrela, um conhecido pintor bejense, que começou por nos falar das características deste período, referiu a sua influência espanhola e explicou-nos que se espalhou em todos as vertentes da arte.
Seguidamente, continuámos a visita onde observámos o mosteiro, onde fomos alertados para a presença de Traços caracteristicamente barrocos:
  • A talha dourada.
  • O azulejo azul.
  • Os grandes relevos.
Já no corredor, observámos de novo a presença de azulejos de tons azuis e amarelos. Até ao final da visita, ainda observámos quadros, onde era comum a representação de cenas religiosas, típicas do período Barroco. O guia chamou-nos ainda à atenção para a presença de algumas esculturas.
Terminado a visita, considerando que os objectivos da mesma atingidos, pois tivemos a oportunidade de contactar com a arte barroca, visível no estilo da igreja e em alguns elementos decorativos do museu, o que nos permitiu estar “cara a cara” com o Barroco.
Esta foi uma visita bastante enriquecedora, pois estivemos em contacto com a matéria dada na sala de aula dum modo mais concreto.

Capítulo IV - repreensões em geral

1ª Repreensão

» os peixes comem-se uns aos outros. Como se tal não bastasse os grandes comem os pequenos. Se fosse ao contário era menos mal.
 =
  aos Homens, o poderosos explorem / escravizam os fracos.

» o orador faz um pedido aos peixes: olhem para a cidade, onde vive o homem branco, civilizado, mas que exploram os seus semelhantes.

» apela à observação - vejam o comportanmento dos homens e a forma como exploram o seu semelhante.

» seguidamente exemplifica:
  • Homem morto que é "comido"/explorado por todos (os herdeiros, o testamenteiro, os credores, o advogado, a mulher, o médico, os padres) - "Ainda o pobre defunto o não comeu a terra e já toda a Terra o tem comido".
  • O homem vivo/réu em julgamento. Todos o exploram sem dó nem piedade (o meirinho, o escrivão, o carceneiro, o solicitador, a testemunha,...) - "Ainda não está executado nem sentenciado e já está comido"
Conclusão:
Os homens são piores que os corvos
  1. Exploram-se uns aos outros, sendo sempre os maiores/mais poderosos que exploram/comem os mais pequenos/fracos.
  2. Os mais pequenos e frágeis são sempre comidos e explorados.
  3. Os grandes comem os pequenos como pão.
  4. Os pobres são o pão de cada dia dos mais poderosos
2ª repreensão

» A ignorância e a cegueira dos peixes que se deixam pescar atraídos por uma tirinha de pano pendurado no anzol.

» Passagem para o mundo dos homens, também eles ignorantes e cegos pela vaidade que os leva atrás do luxo e do requinte comprando o que não podem pagar e vivendo com dívidas a vida inteira.

» Lembra aos peixes que é grande loucura desperdiçarem a vida por dois retalhos de pano, pois eles não percisam de se vestir e as suas escamas prateadas ou douradas, as suas peles coloridas e vistosas nunca mudam de moda.


O Capitulo termina co o exemplo de Santo António que nunca se deixou enganar pela vaidade.
   - abandonou as vaidades do mundo
   - vestiu uma loba de sarja e uma correia
   - trocou a sarja pelo burral e a correia pela corda
Assim, com a sua simplicidade, "pescou " muitos.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Capítulo III - Louvores em particula

1. O Santo peixe de tobias


» Peixe grande no tamanho e grande nas virtudes interiores
» Virtudes:
  • o fel: curava a cegueira
  • o caração: expulsava os demónios
Comparação com Santo António:´
  - com a sua palavra curava as cegueiras interiores dos ouvintes
  - purificava-os


Simbologia do peixe:
simbolizava o poder purificador da palavra de Deus




2. Rémora


» Peixe muito pequeno no tamanho.
» Grande na força e no poder


virtudes:
 - pega-se ao leme da nau;
 - agarra-a e prende-a;
 - não a deixa avançar.


É um peixe que, embora pequeno, tem uma força enorme que quando se agarra ao leme é ele próprio que dita o rumo do navio.

Comparação com Santo António:
 - Santo António foi a rémora da Terra
 - A lingua do pregador foi como uma rémora, pois com a sua palavra conquistou a fúria das paixões humanas.
  • A soberba 
  • A cobiça
  • A vingança
  • A sensualidade
» Simbologia - representa o poder que a palavra tem, afim de ser guia das almas.


3.Torpedo

» Peixe pequeno
» Produz descargas eléctricas

Virtudes:
  - Faz tremer o braço do pescador
  - Não premite ser pescado
  - Salva-se

Comparação com os pescadores da Terra, que são inúmeros, muitos pescam e não tremem, ou seja, não se arrependem dos seus actos, vivem no pecado.

Comparação com Santo António - vinte e dois pescadores da Terra escutaram Santo António e tremeram, ou seja, arrependeram-se  e salvaram-se, apenas com o poder da palvra.

Simbologia - representa a força que tem a palavra de Deus que faz tremer os pecadores.


4.Quatro-Olhos

» Peixinho pequeno
» Andam em cardumes à superfície da água

Virtudes:
  - têm quatro olhos, "cabais" e perfeitos. Dois virados para cima, defendendo-se assim das aves e dois virados para baixo, defendendo-se deste modo dos peixes.

Este peixinho ensinou ao autor que tendo fé e usando a razão deve viver:
  • Apenas olhando para cima, considerando que há ceu.
  • Apenas olhando para baixo, nao esquecendo que há inferno.
  • Compreendeu o pedido do profeta David a Deus ("voltai-me os olhos, senhor, para que não vejam a vaidade", ou seja, só deveria olhar para cima ou para baixo, porque no mundo tudo é vaidade.
O capítulo termina com a apresensentação de mais alguns louvores em geral aos peixes.

Também refere que são os peixes que ajudam as ordens religiosas e as famílias santas a cumprirem os votos e as penitencias.

Por fim abençoa-os.

Capítulo II - inicio da Exposição / Louvores em geral

O segundo capítulo é iniciado de forma irónica, visto que Vieira afirma que os peixes são o "pior auditório", mas tendo em conta que o autor se está a dirigir aos homens, a afirmaçõa ganha um sentido irónico. Em seguida afirma que os peixes nunca se hão de converter, mas confessa que isso já é uma dor habitual, porque Vierira já está habituado a que também os homens não se convirtam.

Retoma de novo o conceito predicável que, com as propriedades do sal, as pregações de Santo António (como a de qualquer pregador) tem duas prpriedades: louvar o bem e repreender o mal.
Então também o sermão de Vieira vai ser dividido em duas partes:
  - louvoures
  - repreensões dos vícios

  • Virtudes que depedem de Deus:
- Os peixes foram as primeiras criaturas que Deus criou
- Foram as primeiras criaturas nomeadas por Deus
- São os mais numerosos e os maiores
  • Virtudes naturais em oposição aos homens:
peixes: obdiencia, quietação, sossego e atenção com que ouvem a palavra de Deus

homens: furiosos, obstinados, irracionais e têm a razão sem o uso

Os peixes não de domam, nem se domesticam.
  - vivem longe dos homens
  - escaparam do dilúvio

Conclusão

» "vede peixes, quão melhor sois que os homens."
» "Peixes! Quanto mais longe dos homens tanto melhor."
» "Vede peixes , quanto grande bem é estar longe dos homens!

O capítulo termina com o exemplo de Santo António, que tudo deixou para trás, para fugir dos homens e viver perto de Deus.
"Tanto mais unido com Deus, quanto mais afastado dos homens."



Resumo - Sermão de Santo António aos Peixes. Capitulo I - Exórdio

António Vieira introduz o sermão, através do conceito predicável "vós sois o sal da Terra", partindo desta proposição o autor vai desenvolver todo o raciocínio.

Vós - os pregadores
Sal - a doutrina (meio de impedir a corrupção)
Terra - os ouvintes

MAS a terra está corrompida

ou o sal não salga
a) os pregadores não pregam
b) os pregadores dizem uma coisa e fazem outra
c) os pregadores pregam-se a si mesmos e não a Cristo

Então o que se há de fazer a este sal?
Cristo responde:
a) lançá-lo fora como inutil
b) ser pisado / desprezado pelo homem

ou a Terra não se deixa salgar
a) os ouvintes não querem receber a verdadeira doutrina
b) os ouvintes preferem imitar o que os pregadores fazem e não o que eles dizem
c) os ouvintes querem servir os seus apetites e não a Cristo

Então o que se há de fazer a esta Terra?
Santo António responde:
a) muda-se o púlpito
b) muda-se o auditório

Padre António Vieira estblece a comparação com Santo António que era igonorado e presseguido pela população, então decidiu mudar o púlpito e o auditório, da terra passou para o mar e dos homens passou para os peixes, começando assim a pregar aos peixes.

O capitulo I encerra com uma invocação a Nossa Senhora, para que não lhe faltasse com a sua graça.


Principais recursos:

Simetrias: construções semelhantes e paralelas (ou..., ou..., ou..., ou...)

Enumerações: "Deixa as praças vai-se às praias ... deixa a Terra vai-se ao Mar"

Metáfora: sal / pregadores doutrina

Antítese: mar/terra; peixes/homens

Interrogaçoes rectóricas, apelativas á reflexão dos leitores

Frases curtas, procurando establecer um ritmo rápido e cadenciado.  

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Arte - O BARRCO

A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII) mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis.
As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista.
É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo;  espírito e matéria.


      

                                    


Suas características gerais são:
 * emocional sobre o racional; seu propósito é impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção  e não apenas pelo raciocínio.
 * busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas;
 * entrelaçamento entre a arquitetura e escultura;
 * violentos contrastes de luz e sombra;
 * pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida.


PINTURA
 
Características da pintura barroca:
 * Composição assimétrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.
 * Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) - era um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade.
 * Realista, abrangendo todas as camadas sociais.


A vocação de são Mateus - Caravaggio


aula de anatomia - Rembrandt


ESCULTURA
 
As suas características são:
* o predomío das linhas curvas, dos drapeados das vestes e do uso do dourado;
* e os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.


Êxtase de Santa Teresa - Bernini
Arquitectura
A arquitectura caracterizou-se pelo uso de colunas, frisos, fron­tões, arcos e cúpulas; nas fachadas curvas e contra curvas e nichos. Como decoração recorreu-se a baixos-relevos, pinturas, mosaicos, mármores e talha dourada
Praça de S. Pedro - Bernini

Literatura

O Barroco é a arte do conflito, do contraste. Reflete a intensificação do bifrontismo (o homem dividido entre a herança religiosa e mística medieval e o espírito humanista, racionalista do Renascimento).

É a expressão do contraste entre as grandes forças reguladoras da existência humana: fé x razão; corpo x alma; Deus x Diabo; vida x morte, etc. Esse contraste será visível em toda a produção barroca, é frequente o jogo, o contraste de imagens, de palavras e de conceitos. Mas o artista barroco não deseja apenas expor os contrários, ele quer conciliá-los, integrá-los. Daí ser frequente o uso de figuras de linguagem que buscam essa unidade, essa fusão.

Primeira página de "Historia do Futuro" - Padre António Vieira

Música
http://www.youtube.com/watch?v=nGdFHJXciAQ - Four seasons (Winter) - Vivaldi