Almeida Garrett, na “Memoria ao Conservatório Real” apresenta e classifica a sua obra, considerando-a um drama pela forma e uma tragédia, pela índole.
Assim, as características do drama são o facto de Frei Luís de Sousa ter três actos, ser escrito em prosa, retratar um tema nacional e histórico, apresentar personagens históricas e ter marcas românticas como carácter sensível e sentimental de madalena, a heroína romântica, a fantasia, o idealismo e o patriotismo da maria, a mulher-anjo, as crenças em superstições e os dias fatais, o sebastianismo e a linguagem emotiva, ao serviço dos sentimentos e emoções das personagens. Também o refúgio na religião e a morte de Maria em cena são marcas deste género.
Paralelamente, as marcas da tragédia são as seguintes: número de personagens reduzido, a presença de coro nas figuras de Telmo e de frei Jorge e a presença de elementos típicos da tragédia – a Hybris (o desafio de Manuel de Sousa / incendia o seu palácio e de Madalena / 2º casamento), o pathos (sofrimento decorre da hybris, em crescendo), a anagnórise (aparecimento e reconhecimento de D. João, na figura do Romeiro, que vem fazer desencadear a intriga), dobos e eleos (o terror e a piedade que tomam conta das personagens), o anankê (o destino fatal que se rebate sobre as personagens e a marca para sempre) e cathársis (purificação do espectador)

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